quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Diário de Bordo - 7/12/2008

Depois de meses de muita chuva aqui na região sul do Brasil, finalmente um domingo com previsão de bom tempo. Logicamente, quando vi a primeira coisa que pensei foi aproveitar o domingo para ir velejar. Estava com muita saudades do prazer e da paz de andar com o vento no meu argonauta.

O dia foi muito muito gostoso, vai para velejar com meu fiel proeiro João. Tivemos a sorte de um dia de sol muito bonito e de vento constante. Condições ideais para viver a felicidade de uma velejada.

Primeira missão, armar o barco: retirar a capa de proteção da vela mestra, colocar genoa no estai, passar os cabos, ligar o eletrônicos (ecobatimetro, radio VHF, radio PX) e claro colocar um CD agradável par ouvir.

Saímos da poita no motor (mesmo depois de muito tempo ele pegou fácil, nada como um motor de centro diesel) e logo estavamos com a proa no vento para subir as velas, já velejando (com motor desligado) partimos em direção as ilhas que ficam depois do porto de São Francisco. O vento intenso e constante nos permitiu andar fácil a 5 ou 6 nós, com o rangerzinho marinheiro deslizando fácil pela babitonga. Andamos até as ilhas, com vento de alheta e depois uma popa rasa com as velas em asa de pomba utilizando o pau do spinnaker.

Depois de um tempo a fome bateu, para alegria a guaraná já estava geladinha e o João (como sempre) preparou um sanduba com o pão caseiro que ele sempre leva.

Na volta das ilhas viemos bordegando; sempre fico impressionado como o Argonauta anda bem em orçando.

Já no entardecer ligamos o motor para não apoitar no escuro. Com o motorzinho sem esforço andamos em 6 nós até a nossa poita e lá o sol sumindo no horizonte foi um espetaculo aparte para fechar com chave de ouro mais uma velejada muito agradável.

Eu voltei para Curitiba refeito e feliz, pronto para enfrentar mais uma semana de trabalho e escritório !!!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Diário de Bordo - 07/09/2008

Fiquei muito tempo sem velejar.....

Na minha ultima velejada (primeira que havia feito solo) na volta para a poita tive problemas que imaginava ser no sistema de transmisão. Tive que chamar ajuda e voltar rebocado.

Para ver o que tinha acontecido era preciso retirar o barco da água. Ai começou uma luta, como não estou fundeado em uma marina a retirada da água é uma operação complicada.

Primeiro foi necessário estudar um pouco sobre cabos e polias para montar um sistema que permitisse puxar o conjunto barco + carreta de encalhe. Porque na poita não tem um trator de reboque e assim temos que puxa utilizando um outro barco, que usando o sistema de polia vai puxando o argunauta para fora da água. Para esta operação comprei uma corda com alma de nylon, polias para escalada e duas cintas de reboque utilizadas pelo jeepeiros.

Depois do material comprado, desci para o litoral para realizar a retirada da água descobri que a carreta de encalhe estava com o eixo da frente completamente enferrujado. Resultado: Operação abortada.

Foi preciso primeiro resolver o problema da carreta. Ai como já estava mexendo resolvi aproveitar e fazer uma reforma geral na carreta e colocar um sistema de direção. Para isto foi preciso fazer um eixo dianteiro especial, o eixo central foi modificado de posição para ficar mais próximo do eixo traseiro. Também foi revisto todos os parafusos, refeito o revestimento de carpe (onde o casco encosta na carreta) e refeito a pintura da madeira. Acho que foi a decisão acertada a carreta ficou como nova !!!

Na segunda tentativa foi sucesso !!! O veleiro saiu fácil para fora da água.

Analisando vimos que o possível problema da transmissão foi simples, apenas o pininho de proteção da hélice havia se rompido. Este pininho tem a função de ser tipo um "fusível" mecanico, no caso da hélice bater em algum coisa o pino se rompe deixando a helice rodar solta em seu eixo não enviando o impacto para o sistema de transmissão que fica completamente preservado. No caso alguma coisa submersa deve ter batido na helice, o "fúsivel" entrou em ação e assim nem um prejuiço ocorrer nem na helice nem no sistema de transmissão.

O sempre bom e próximo amigo Alvaro, se dispôs a ajudar-me (que amigo, que encontrei na compra deste veleiro). Além de trocar o pininho da hélice, ele ainda trocou o ânodo de sacrifício e trocou o óleo da transmissão. O Argonauta ficou satisfeito com o carinho.

Para me deixar ainda um pouco mais de tempo longe do mar tive algumas semanas de muito trabalho e viagens, inclusive em alguns finais de semana.

Bem depois de tudo isto... ontem em uma velejada solo patriotica (07/setembro). Foi premiado com um dia simplesmente lindo, com vento constante delicioso.

Fui em um vento de traves até as linhas na frente do ferry-boat e voltei em uma orça muito agradável. Em minha segunda velejada solo, estou me sentindo mais seguro sobre o controle do barco, sobre as mareações e outras coisas. Acho que sair sozinho esta sendo um bom momento para testar e solidificar o que estou aprendendo. Claro que sempre com muito respeito pelo mar. Mas em uma baia com o movimento náutico da Babitonga, na prática nunca se esta só.


Como este veleirinho é gostoso; Como é bom estar novamente no mar !!!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Resistência de Alguns Tipos de Cabos


Cabo de Nylon Seda


Diâmetro (pol)Resistência (kgf)Metros/Kg

1/4 301 42

5/16 570 33,8

3/8 904 21

1/2 1934 13,7

5/8 2257 8

3/4 3216 5,7

7/8 3819 4,4

1 5527 3,3

Cabo de Nylon Torcida
Diâmetro (pol) Resistência (kgf) Metros/Kg
1/4 145 42
5/16 252 33,7
3/8 407 21
1/2 567 15,7
5/8 982 8
3/4 1280 5,7
7/8 1715 4,4
1 1927 3,3

Cabo Sisal Alcatroado
Diâmetro (pol) Resistência(kgf) Metros/Kg
1/4 140 33
5/16 225 20
3/8 290 15
1/2 550 9
5/8 900 5
3/4 1100 3,5
7/8 1500 3
1 1800 2,2
1.1/4 2850 1,5
1.1/2 3900 1

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Diário de Bordo - 04/05/2008

A previsão do tempo para o feriadão de 1 de maio era de mutio frio aqui para Curitiba e falava da passsagem de um ciclone pelo litoral no sábado. Li no site meteorológico que os ventos em Itapoa (onde esta apoitado o veleirinho) seriam de 38Km/h. Realmente no feriado fez muito frio aqui em Curitiba.

Assim com esta expectativas imaginei que definitivamente não seria este feriado uma oportunidade náutica. Mas precisava ir até Itapoa nem que fosse apenas para acertar com o Teio (responsável por cuidar do barco) o seu pagamento, que já estava atrasado.

Assim foi no domingo pela manha foi para Itapoa para acertar com o Teio e quem sabe se houvesse condições dar uma velejada rápida no domingo a tarde. Um pouco antes do almoço cheguei na praia (parte de mar aberto) de Itapoa e vi ondas bem maiores que o normal arrebentando. Pensei que será um exercício, no mínimo, desconfortável sair para velejar naquele dia. Passei na casa do João que me convidou para almoçar com ele e com alguns amigos. Combinamos depois do almoço ir ver as condições da baia para quem sabe velejar um pouco. Mas por hora, comemos um churrasco em um lugar bem gosto no quintal da casa do João entre árvores típicas do orla de mata atlántica e alguns passarinhos companheiros.

Para nosso surpresa depois da passagem do tal ciclone, do ver o mar arrebentando alto na praia: a baia estava um espelho, quase sem vento. De qualquer forma como marinheiro novo é louco por mar: resolvemos sair mesmo assim.

Antes de subir as velas precisávamos organizar algumas coisas no barco: Fazer um reforço no ponto onde a vela mestra as vezes encosta na cruzeta, porque ali já estava um pequeno furo. Trocar o mordedor da escota da genoa, que já estava bem deficiente.

Depois de tudo organizado: soltar as amarras da poita, levantar velas e velejar. Quase sem vento saímos contra a maré com vento pela popa andando bem devagar, em alguns momento chegamos a derivar à ré. Então resolvemos virar e retorna com a maré na direção de barlavento. Lógico, que a favor da maré andamos bem melhor... De qualquer forma não foi dos melhores dias náutico.

Mas em compensação a natureza deu um show, com um por-do-sol simplesmente maravilhoso. Que eu e João tivemos o prazer de ver do ponto de vista do mar.

Voltei para Curitiba para iniciar a semana, com a imagem dos reflexos dourados que a luz do sol deixou descuidadamente cair sobre as pequenos ondas da baia neste dia calmo.

Que presente para alma !!!!

domingo, 11 de maio de 2008

Argentino a Bordo - 12/04/2008

Continuando estas postagens que são um diário de bordo das velejadas do Argonauta.

Vou relatar a velejada em que o Argonauta recebeu pela primeira vez o meu amigo, colega de trabalho e velejador argentino: Sergio Marcovecchio.

Neste dia estavam abordo além do Sergio (foto ao lado): o companheiro de velejadas João e eu.

Saímos para velejar em um dia sem sol com a previsão do tempo indicando a possibilidade de algumas pancadas de chuva durante a tarde.

A previsão do tempo estava correta: realmente o sol não apareceu para nos acompanhar neste dia. E algumas poucos pancadas de chuva ocorreram no decorrer do período.

Mas para a fortuna da velejada, foi um dia de muito bons ventos. O que permitiu o Argonauta andar muito bem em todas as direções o GPS chegou a indicar a velocidade 5,8 nos no contra-vento.

O pessoal da regata ali próxima chegou a falar em estações de vento de alguns veleiros indicando ventos de 18 nós.

No inicio da tarde chegamos até a colocar na proa a vela de tempestade e colocar a vela mestra no primeiro rizo. Foi um exercício bem interessante para a tripulação.

Neste momento descobrimos que o cabo para baixar o rizo da vela não estava passado e que os cabinhos para prender o rizo na retranca também não estavam organizados e disponíveis. Além disto de maneira geral precisamos ganhar mais prática nestas manobras, tanto na manobra com a vela de proa como na manobra com a mestra que precisa estar sempre organizada e preparada para reduzir o pano.

Ficou também claro para min, na prática, a utilizadade de um enrolador de genoa. Este equipamento permite controla a quantidade de pano da vela de proa apenas enrolando ou desenrolando uma parte dela; não sendo necessário ficar trocando de vela. Por exemplo, se o vento aumenta, basta enrola a genoa que se esta utilizando até ela ficar com o tamanho conveniente. O controle desta manobra é realizado do cockpit evitando que seja necessário ir até a proa para tocar de vela. O que é muito mais seguro e rápido, importante especialmente no caso de estar em uma "pauleira" forte.

O dia também foi muito legal, porque o Sergio tem uma grande experiência na vela, navegou vários anos na Argentina em um 28 pés. Ele deu para mim e para o João várias dicas valiosas sobre como conduzir o barco. Eu particularmente, fiquei muito impressionado com a intimidade com que ele controla o barco e a vela. Como é bonito ver velejar quem realmente sabe... Espero daqui a pouco estar lá.....

terça-feira, 6 de maio de 2008

Mais um passo na arte - 05/04/2008

Em alguma hora, mais cedo ou mais tarde, teria que acontecer... Eu teria que velejar por minha conta e risco, sem poder confiar nas importantes dicas presenciais dos meus "mestres" de vela.

Bem isto ocorreu, fomos apenas eu e o João velejar pela baia da Babitonga. Estamos os dois em um estágio inicial de aprendizagem sobre os segredos do velejar.

No começo do dia estávamos um pouco apreensivos sobre o aparelhamento do barco. Por exemplo, coisas sobre a montagem da vela mestra que precisava ser montada no mastro e na retranca. Porque eu havia retirado a capa da vela para concertar em Curitiba. A capa estava com um buraco em sua parte superior.

Mas na verdade todo o aparelhamento foi tranqüilo. Acho que tínhamos prestado bastante atenção nas aulas do Álvaro na semana anterior.

Saímos contra a corrente de maré em direção a entrada da baia. No inicio da velejada houve um ventinho suave. Mas depois chegamos a derivar a ré pela força da corrente de maré e pela falta de vento. Foi necessário ligar o motor para continuar o passeio. Vale aqui a observação, este motorzinho de centro tem me surpreendido mesmo, foi um investimento que faz diferença. Pega sempre de primeira, esta sempre ali pronto no momento que se precisa dele.

Navegamos motorando até o inicio da baia na esperança de encontrar algum vento por lá. Mas acabamos mesmo tanto meia volta, ainda no motor, para retornar em direção à poita. No caminho de volta desviamos um pouco para entrar no canal do iate clube de Capri, eu ainda não conhecia o lugar.

Retornamos "pegamos" a poita fundeamos e organizamos o Argonauta "sozinhos" sem maiores problemas.

Fiquei bem feliz com primeira velejada só dos marinheiros de poucas viagens. Ainda temos muito para aprender sobre arte de caminhar com o vento e particularmente sobre o "veleirinho". Mas pelo menos em dias tranqüilos temos completas condições de sair e voltar... ;)

Cada passo a seu tempo de amadurecimento.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O que o Argonauta tem ?

Pela história que conheço deste Ranger22, quando o Álvaro trouxe o veleiro do Rio Grande do Sul ele já chamava-se Argonauta e veio com um item bem interessante:

Calado reduzido para 1,00m

Depois as talentosas, experientes, caprichosas e criativas mãos do Álvaro foram literalmente fabricando algumas novas características especiais para o Argonauta, que pouco a pouco, transformaram o Ranger em um barco bem equipado e mais orientado para cruzeiro.
Em destaque:

Motor de Centro a Diesel
Paiol no Cockpit
Prateleiras na Cabine

Especialmente o motor de centro é uma bela obra de engenharia mecânica. Totalmente projetado e implementado pelo Álvaro. Isto adicionou muito mais segurança e tranqüilidade na navegação com o "barquinho".

Foi construído um paiol a bombordo e um a boreste, eles melhoraram muito a organização das coisas no cockpit permitindo manter tudo no seu lugar, inclusive com o Ranger inclinado em uma orça.

As prateleiras da cabine não são diferentes ajudaram muito na organização das muitas coisinhas que são necessárias em um veleiro.

Além destas características construídas, o Argonauta foi ganhando vários equipamentos:

Ecobatimetro
Piloto Automático
Rádio VHF
Rádio 11m
Bimini
Toldo de Retranca
Buzina de Ar
Som
TV

Todos estes equipamentos contribuem muito para a segurança e o conforto a bordo.

Como dize o Álvaro: "Um veleiro unico".

Primeira Velejada


Um momento impar !!!!

Não estou bem seguro que palavras podem definir bem o momento de velejar pela primeira vez abordo de seu primeiro veleiro.

Você que já passou pelo experiência de velejar seu primeiro veleiro deve saber do que falo, você que vai compra-lo acredito que pode quase sentir, você que tem esta paixão pelo mar deve fazer idéia.

Mas, realmente acho que palavras neste momento ficam poucas para descrever o sentimento.

Junto comigo nesta velejada estavam o Álvaro e o João. O Álvaro, de quem muito já falei neste blog, foi o amigo que tive a sorte de encontrar junto com o Argonauta. Um ser humano de primeira qualidade.

O João, um apaixonado pelo navegar, é o proeiro "oficial" do Argonauta tem algum tempo. Não poderia estar melhor apatrinhado nesta primeira navegada.



Saímos para velejar depois do almoço, porque neste dia pela manha o Ranger 22 ganhou uma boa limpeza do casco. A tarde não estava de ceu azul, mas havia um vento moderado constante e o mar esta proporcionalmente tranqüilo. Formando condições agradáveis para uma velejada prazerosa. Meu amigo, pode apostar que foi muito prazerosa !!!
Publicar postagem
Iniciamos em uma orça na direção da entrada da Baia e depois retornamos em um traves beirando a linha da costa. Horas mágicas entre a água e o vento...

Ganhei entre dicas sobre as particularidades do barco e sobre os segredos da vela mais uma "aula" do mestre Álvaro. Logicamente, ainda tenho muito para aprender sobre tudo isto. Mas sinto que é um caminho que vou percorrer com muita satisfação.

Em alguns momentos nesta tarde fiquei muito emocionado e grato pela oportunidade de viver esta experiência. Sem dúvida são estas vivencias que constroem os pontos marcantes da história particular de cada um de nós.

Nesta tarde, combinamos os 3 de velejar no domingo novamente e passar o dia inteiro no mar.

No outro dia saímos pela manha, não assim cedo, como previamos. Neste dia alternamos momentos de algum vento com momento de calmaria. No final da velejada foi inclusive necessário utilizar o sempre pronto motor de centro para retornar à poita do Argonauta.

E assim lá vou eu mais uma vez: "passageiro da minha história feliz em toda canção e todo retrado."

domingo, 27 de abril de 2008

Ranger 22

Este veleiro é uma projeto do engenheiro naval Gary Mull.

Sobre o Ranger 22, Gary Mull fala: "O que eu queria era projetar um barco melhor. Um barco com melhor engenharia, melhor detalhamento, melhor equipamento, melhor estilizado e acima de tudo, que proporcionasse maior emoção ao velejar".

Especificações segundo o manual do proprietário (Mariner):

  • Comprimento Total (L.O.A): 6,86m
  • Comprimento Linha dágua: 5,33m
  • Boca: 2,44m
  • Calado: 1,30m
  • Deslocamento: 990Kg
  • Comprimento do Mastro: 9,02m
  • Mastro Acima da linha d´agua: 10,13m
  • Área Vélica: 19,30m


O site Ranger22.com começa descrevendo o "barquinho" da seguinte forma: The new Ranger 22 is a brutally single-minded design: She's built for speed. Pure and Simple. Everything on board contributes-or we wouldn't have it on the boat.

A Revista "Velejar e Meio Ambiente" chama o ranger 22 de maquinha de regatas quando descreve o "veleirinho".


Abaixo um desenho do plano vélico e do layout do convés:


Na cabine do Ranger você vai encontrar dois beliches de solteiro bem grandes uma bombordo e outra a boreste, sob o cockpit. Há também um pequeno beliche de casal na proa. Embaixo desta beliche de proa há um sanitário químico. O veleiro ainda esta equipado com uma pia a bombordo e uma geladeira de gelo a boreste. O que habilita o barco para pequenos cruzeiros de final de semana com a família. Para organizar as coisas na cabine o Ranger possui um paiol sob a pia a boreste, um paiol sob cada um dos beliches de solteiro, e um paiol a sob o beliche de proa onde fica armazenada a bateria. A desvantagem da cabine do Ranger fica por conta do pé direito que é de 1,40m.

O cockpit do Ranger é proporcionalmente bem espaçoso, acomodando 4 adultos mais o timoneiro na popa. A área de passagem e trabalho no deck também é bastante funcional e segura.

Sobre o ponto de vista de equipamento de vela ele possui quadro catracas duas a boreste e duas a bombordo e trilhos para passagem da escota da buja. O modelo original também possui um traveler para regulagem da escota da mestra.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

23 pes

Conhecia alguns veleiros na faixa dos 23: Atoll23 O´Day23, Ranger22, Fast230, Alpha 220... Comecei a entrar nos sites de classificados, ler artigos, conversar com pessoas que já tiveram este ou aquele veleiro e consultar grupos de discussão sobre vela.

Nesta caminho, lembro bem de uma frase que acabei lendo: "Todos os veleiros tem suas qualidades e seus problema, você tem que escolher as qualidades que deseja e os problemas vai estar disposto a conviver".

Especialmente a parte de identificar que problemas eu desejava ou não suporta foi importante. Por exemplo, um ex-proprietário de um O´Day23 me chamou atenção para a dificuldade que é obter um pouco de sombra confortável no cockpit do O´Day durante a velejada. Porque a retranca vem praticamente até o espelho de popa. Isto me fez olhar para o O´Day de uma forma um pouco diferente: um grande barco com baixo calado, um interior realmente muito bem planejado, mas com uma problema de sombra. Considerando que nas velejadas de final de semana o lugar que mais se fica no veleiro e no cockpit este era um problema importante. Temos que escolher com que problemas não queremos conviver, logicamente isto é muito pessoal.

Mesmo assim foi a Florianopolis ver um O´Day 23 do qual pela internet tinha recebido boas fotos. Pode comprovar que realmente a cabine é muito boa mesmo, mas o problema da sombra e o fato que para o tamanho o O´Day esta com o preço um pouco inflacionado (na minha opinião pessoal) me fez retira-lo da lista.

O fast230 que é um grande veleiro. Mas, ele também tem seu preço um pouco inflacionado para o tamanho (segundo minha visão). Recebi também fotos de alguns alpha220, mas sinceramente acabei não simpatizando.

Nas conversar, com outros velejadores, escutei uma outra frase que me chamou atenção: - "Não se preocupa não é você que vai escolher o veleiro e o veleiro que vai escolher você". Acho que de certa forma isto estava mesmo ocorrendo.

Tinha velejado um Atoll23 e tinha ficado com uma ótima impressão. Também estava olhando mais seriamente para o Ranger22. Em especial havia entrando em contado com o Álvaro Andrade, proprietário daquele Ranger 22 amarelinho que havia visto durante o curso.
Foi ai que entrou mais uma vez o Delmar na história ele é dono do Comparsa Atoll23 e sócio no Xispa um Ranger22 utilizado básicamente em regatas. Com ele mesmo dize, não haveria melhor pessoa para perguntar sobre minhas dúvidas, além disto ele conhecia bem o Ranger22 amarelinho (já tinha inclusive velejado nele).

O Delmar me escreveu um e-mail bem grande e detalhado colocando a suas opniões sobre cada um dos veleiros e mais uma vez reforçou a informação que o Ranger22 amarelinho chamado Argonauta estava em otimas condições.

Acho que o barco estava realmente me escolhendo... Foi neste ponto que resolvi iniciar uma negociação mais seria com o Álvaro, falando de valores e fazendo milhares de contas para tentar fazer o "amarelinho" caber no meu pequeno orçamento e na minha capacidade de endividamento.

Para minha felicidade com muita boa vontade do Álvaro, acabamos entrando em um acordo para consolidar o negocio.


Eu seria proprietário do Argonauta um lindo Ranger22 amarelinho que havia "namorado" alguns meses antes !!!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Procura-se um Veleiro

Depois do curso com o Rodney, senti que estava na hora de começar a difícil missão de procurar um veleiro.

Primeiramente considerei as minhas bem grandes limitações de orçamento para compra, para guarda e manutenção. Considerei, também, que possivelmente iria utilizar preponderantemente o veleiro nos finais de semana, devido as minhas limitações de tempo por razões profissionais. Contudo, nestes finais de semana desejava fazer pequenos cruzeiros e dormir abordo.

Com estes requisitos fixei em minha mente que queria uma embarcação na faixa dos 23 pés, logicamente cabinada e mais preparada para cruzeiros que para regatas.

Até aqui foi mais ou menos fácil: pensar o que eu queria foi um processo mais baseado em restrições e escolher o tipo de embarcação foi uma conseqüência natural deste processo.

Agora vinha o desafio de escolher a "classe" do veleiro e encontrar efetivamente o veleiro para comprar.

sábado, 5 de abril de 2008

Um Senhor Veleiro

Depois de conhecer o atoll23 foi procurar mais um pouco de conhecimento desta vez abordo de um BB36 chamado Darumah do comandante Rodney.

O curso já começou na porta da minha casa. O Rodney me deu uma carona até Paranagua, onde esta fundeado o BB36. Durante a viagem fomos trocando várias informações náuticas e ainda descobrimos que nossas áreas profissionais eram semelhantes.

Logo que chegamos realizamos a tradicional "visita guiada" pelo Darumah. Sem dúvida um senhor veleiro. Realmente muito seguro, confortável e bem equipado.

Saímos do Iate Clube de Paranagua no motor pelo Rio Itibere, esperando entrar um vento para podermos velejar. O vento praticamente não veio durante o dia inteiro. Contudo, houve alguns momentos em que foi possível velejar e sentir o prazer de levar o Darumah na vela. No final da tarde pegamos uma chuva tropical e com ela um vento bem mais forte. O que não foi um problema, havíamos rizado a mestra e reduzido um pouco a área da genoa.

Além disto conversamos muito sobre muitas coisas do mar e da vela, sobre os problemas e as facilidades de possuir um veleiro, sobre as possibilidades onde guarda-lo, sobre segurança, etc...

Esta conversa foi mesmo muito importante naquele momento para min. O Rodney tem um grande conhecimento náutico, construído em uma convivência de anos com mar. Foi um momento de grande aprendizagem. Além de que a própria historia do Rodney dentro da vela foi importante, ele me contou que um mês depois do primeiro curso dele ele já tinha comprado um barco e foi aprender realmente a velejar no seu próprio veleiro.

Mais uma vez fiquei muito impressionado com ambiente que se forma em torno do mundo da vela. Acabei participando de um churrasco na Marina Oceanica, dei algumas risadas e ouvi muitos casos náuticos deste pessoal da vela no Paraná. Foi realmente muito bem recebido por todos.

Um Comparsa

Meu primeiro passo nesta jornada rumo ou vento e o mar foi procurar a Cia da Vela na baia da Babintonga.

Para minha sorte conheci o Delmar, comandante do veleiro Comparsa um atoll 23. Com ele fiz meu primeiro curso de vela oceânica.

Na semana antes do curso recebi uma apostila muito bem escrita e ilustrada, foi uma semana puxada profissionalmente, mas deu tempo de ler algumas coisas sobre a arte da vela. Quase não podia esperar o dia do curso iniciar.

No dia do curso, viagem para Santa Catarina, nos encontramos no muito bem organizado Iate Clube de Joinville.

Fizemos o curso em duas pessoas. Antes de sair para navegar uma aula teórica sobre vela, vento, mareações, carta náutica, etc... O planejamento do dia, incluindo a analise da situação da maré. Depois uma "visita guiada" pelo Comparsa, muitas explicações sobre os sistemas do veleiro, velas, motor (O Comparsa, mesmo sendo um 23 pés, tem um motor de centro diesel), equipamentos de salvatagem, etc...

Bem, chegou a hora de soltarmos as amarras. Saímos do clube no motor, o canal de acesso não tem muita profundidade e sendo um pouco estreito é preciso estar atendo ao GPS e a profundidade. Andamos mais um pouco "motorando". Logo, entrou um vento e subimos as velas.

Um momento completamente mágico: desligar o motor e ouvir, abordo de uma veleiro oceânico, apenas o som no vento e do barco cortando a água.

Neste dia lindo com um sol maravilhoso e um vento quase sempre constante, realizamos várias manobras: navegar em bolina cochada, em bolina folgada, tráves, ao largo e de popa.

Assim vamos navegando até a altura de Itapoa, lá encontramos fundeado em sua poita um ranger 22 amarelo de nome Argonauta. O Delmar comentou que o dono estava pensando em vender o barco. Então pedi para darmos uma volta em torno no veleiro. Chegamos próximo e circundamos o rangerzinho. Sem dúvida uma linda embarcação !!!

Depois de Itapoa iniciamos a volta para o Clube. Quase sempre com vento de popa. O final da tarde se aproximou em uma tranqüila velejada de popa.

"Que vidinha mais ou menos" !!!

No retorno tivemos um problema para ligar o motor acabamos entramos no canal de acesso ao clube somente na vela.

Neste percurso, a noite veio com uma linda lua cheia e seus belos reflexos sobre as águas.

Sem dúvida, este dia aprendi muito e fiquei impressionado com a capacidade didática do Delmar.

Outra coisa que me impressionou foi viver o ambiente de camaradagem que se forma em torno do mundo da vela. Na verdade hoje considero o Delmar um grande amigo, que acabou sendo muito importante nos próximos passos que dei pelo mundo náutico (mas vou contar isto em outro post).

Uma Paixao

Se você esta lendo aqui certamente você tem uma grande paixão pelo mar.

Desejo neste blog compartilhar com você esta paixão em comum. Paixão que, para min, neste momento concretiza-se na realização do sonho de possuir um pequeno veleiro oceânico.

Meu primeiro veleiro chama-se Argonauta; pertencente a classe Ranger 22. Vou aqui contar minha história ao lado deste mais novo companheiro de aventuras.

Ainda tenho muito pouca experiência náutica.

Em Florianópolis tive meu primeiro contado com o mundo da vela, pela classe laser. Foram algumas aulas na maravilhosa Lagoa da Conceição adicionaram à minha paixão pelo mar o prazer de "andar com o vento".

Depois deste primeiro contado comecei a sonhar em ter meu próprio "barquinho". Vários livros sobre vela, horas de internet e o desejo de comprar ou quem sabe construir um pequeno veleiro passaram a fazer parte de algumas horas do meu dia-a-dia. Horas lento em grupos de discussão sobre construção amadora, várias horas no site de Cabinho e em classificados náuticos. Sonhos, muitos sonhos. Comprei planos de estudo de projetos do Cabinho. Para treinar iniciei a construção de um pequeno veleiro com um projeto obtido na internet; um monotipo de uma só vela. Sendo construído nos fundos da casa de minha mãe.

Mas a vida foi seguindo seu curso e uma viagem profissional para o exterior, obrigou-me a paralisar a construção. A vela continuo a ser um grande sonho.

Alguns anos se passaram, mais algumas horas de internet, revistas, etc... Mas na pratica, ainda tinha uma pequena experiência náutica.

Até que recentemente senti-me na hora de começar a realizar o sonho. Começar a conviver com o ambiente náutico de uma forma efetiva. Neste ponto começa realmente a história que vou contar neste blog.

Convido você para acompanhar nesta jornada. Veja muito bem vindo, puxa uma cadeira e sinta-se a vontade !!!

Quem sabe algumas das histórias que serão aqui relatadas possam nos permitir uma troca de experiências e nos ajudar de alguma forma nesta nossa aventura apaixonante.