quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Diário de Bordo - 7/12/2008

Depois de meses de muita chuva aqui na região sul do Brasil, finalmente um domingo com previsão de bom tempo. Logicamente, quando vi a primeira coisa que pensei foi aproveitar o domingo para ir velejar. Estava com muita saudades do prazer e da paz de andar com o vento no meu argonauta.

O dia foi muito muito gostoso, vai para velejar com meu fiel proeiro João. Tivemos a sorte de um dia de sol muito bonito e de vento constante. Condições ideais para viver a felicidade de uma velejada.

Primeira missão, armar o barco: retirar a capa de proteção da vela mestra, colocar genoa no estai, passar os cabos, ligar o eletrônicos (ecobatimetro, radio VHF, radio PX) e claro colocar um CD agradável par ouvir.

Saímos da poita no motor (mesmo depois de muito tempo ele pegou fácil, nada como um motor de centro diesel) e logo estavamos com a proa no vento para subir as velas, já velejando (com motor desligado) partimos em direção as ilhas que ficam depois do porto de São Francisco. O vento intenso e constante nos permitiu andar fácil a 5 ou 6 nós, com o rangerzinho marinheiro deslizando fácil pela babitonga. Andamos até as ilhas, com vento de alheta e depois uma popa rasa com as velas em asa de pomba utilizando o pau do spinnaker.

Depois de um tempo a fome bateu, para alegria a guaraná já estava geladinha e o João (como sempre) preparou um sanduba com o pão caseiro que ele sempre leva.

Na volta das ilhas viemos bordegando; sempre fico impressionado como o Argonauta anda bem em orçando.

Já no entardecer ligamos o motor para não apoitar no escuro. Com o motorzinho sem esforço andamos em 6 nós até a nossa poita e lá o sol sumindo no horizonte foi um espetaculo aparte para fechar com chave de ouro mais uma velejada muito agradável.

Eu voltei para Curitiba refeito e feliz, pronto para enfrentar mais uma semana de trabalho e escritório !!!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Diário de Bordo - 07/09/2008

Fiquei muito tempo sem velejar.....

Na minha ultima velejada (primeira que havia feito solo) na volta para a poita tive problemas que imaginava ser no sistema de transmisão. Tive que chamar ajuda e voltar rebocado.

Para ver o que tinha acontecido era preciso retirar o barco da água. Ai começou uma luta, como não estou fundeado em uma marina a retirada da água é uma operação complicada.

Primeiro foi necessário estudar um pouco sobre cabos e polias para montar um sistema que permitisse puxar o conjunto barco + carreta de encalhe. Porque na poita não tem um trator de reboque e assim temos que puxa utilizando um outro barco, que usando o sistema de polia vai puxando o argunauta para fora da água. Para esta operação comprei uma corda com alma de nylon, polias para escalada e duas cintas de reboque utilizadas pelo jeepeiros.

Depois do material comprado, desci para o litoral para realizar a retirada da água descobri que a carreta de encalhe estava com o eixo da frente completamente enferrujado. Resultado: Operação abortada.

Foi preciso primeiro resolver o problema da carreta. Ai como já estava mexendo resolvi aproveitar e fazer uma reforma geral na carreta e colocar um sistema de direção. Para isto foi preciso fazer um eixo dianteiro especial, o eixo central foi modificado de posição para ficar mais próximo do eixo traseiro. Também foi revisto todos os parafusos, refeito o revestimento de carpe (onde o casco encosta na carreta) e refeito a pintura da madeira. Acho que foi a decisão acertada a carreta ficou como nova !!!

Na segunda tentativa foi sucesso !!! O veleiro saiu fácil para fora da água.

Analisando vimos que o possível problema da transmissão foi simples, apenas o pininho de proteção da hélice havia se rompido. Este pininho tem a função de ser tipo um "fusível" mecanico, no caso da hélice bater em algum coisa o pino se rompe deixando a helice rodar solta em seu eixo não enviando o impacto para o sistema de transmissão que fica completamente preservado. No caso alguma coisa submersa deve ter batido na helice, o "fúsivel" entrou em ação e assim nem um prejuiço ocorrer nem na helice nem no sistema de transmissão.

O sempre bom e próximo amigo Alvaro, se dispôs a ajudar-me (que amigo, que encontrei na compra deste veleiro). Além de trocar o pininho da hélice, ele ainda trocou o ânodo de sacrifício e trocou o óleo da transmissão. O Argonauta ficou satisfeito com o carinho.

Para me deixar ainda um pouco mais de tempo longe do mar tive algumas semanas de muito trabalho e viagens, inclusive em alguns finais de semana.

Bem depois de tudo isto... ontem em uma velejada solo patriotica (07/setembro). Foi premiado com um dia simplesmente lindo, com vento constante delicioso.

Fui em um vento de traves até as linhas na frente do ferry-boat e voltei em uma orça muito agradável. Em minha segunda velejada solo, estou me sentindo mais seguro sobre o controle do barco, sobre as mareações e outras coisas. Acho que sair sozinho esta sendo um bom momento para testar e solidificar o que estou aprendendo. Claro que sempre com muito respeito pelo mar. Mas em uma baia com o movimento náutico da Babitonga, na prática nunca se esta só.


Como este veleirinho é gostoso; Como é bom estar novamente no mar !!!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Resistência de Alguns Tipos de Cabos


Cabo de Nylon Seda


Diâmetro (pol)Resistência (kgf)Metros/Kg

1/4 301 42

5/16 570 33,8

3/8 904 21

1/2 1934 13,7

5/8 2257 8

3/4 3216 5,7

7/8 3819 4,4

1 5527 3,3

Cabo de Nylon Torcida
Diâmetro (pol) Resistência (kgf) Metros/Kg
1/4 145 42
5/16 252 33,7
3/8 407 21
1/2 567 15,7
5/8 982 8
3/4 1280 5,7
7/8 1715 4,4
1 1927 3,3

Cabo Sisal Alcatroado
Diâmetro (pol) Resistência(kgf) Metros/Kg
1/4 140 33
5/16 225 20
3/8 290 15
1/2 550 9
5/8 900 5
3/4 1100 3,5
7/8 1500 3
1 1800 2,2
1.1/4 2850 1,5
1.1/2 3900 1

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Diário de Bordo - 04/05/2008

A previsão do tempo para o feriadão de 1 de maio era de mutio frio aqui para Curitiba e falava da passsagem de um ciclone pelo litoral no sábado. Li no site meteorológico que os ventos em Itapoa (onde esta apoitado o veleirinho) seriam de 38Km/h. Realmente no feriado fez muito frio aqui em Curitiba.

Assim com esta expectativas imaginei que definitivamente não seria este feriado uma oportunidade náutica. Mas precisava ir até Itapoa nem que fosse apenas para acertar com o Teio (responsável por cuidar do barco) o seu pagamento, que já estava atrasado.

Assim foi no domingo pela manha foi para Itapoa para acertar com o Teio e quem sabe se houvesse condições dar uma velejada rápida no domingo a tarde. Um pouco antes do almoço cheguei na praia (parte de mar aberto) de Itapoa e vi ondas bem maiores que o normal arrebentando. Pensei que será um exercício, no mínimo, desconfortável sair para velejar naquele dia. Passei na casa do João que me convidou para almoçar com ele e com alguns amigos. Combinamos depois do almoço ir ver as condições da baia para quem sabe velejar um pouco. Mas por hora, comemos um churrasco em um lugar bem gosto no quintal da casa do João entre árvores típicas do orla de mata atlántica e alguns passarinhos companheiros.

Para nosso surpresa depois da passagem do tal ciclone, do ver o mar arrebentando alto na praia: a baia estava um espelho, quase sem vento. De qualquer forma como marinheiro novo é louco por mar: resolvemos sair mesmo assim.

Antes de subir as velas precisávamos organizar algumas coisas no barco: Fazer um reforço no ponto onde a vela mestra as vezes encosta na cruzeta, porque ali já estava um pequeno furo. Trocar o mordedor da escota da genoa, que já estava bem deficiente.

Depois de tudo organizado: soltar as amarras da poita, levantar velas e velejar. Quase sem vento saímos contra a maré com vento pela popa andando bem devagar, em alguns momento chegamos a derivar à ré. Então resolvemos virar e retorna com a maré na direção de barlavento. Lógico, que a favor da maré andamos bem melhor... De qualquer forma não foi dos melhores dias náutico.

Mas em compensação a natureza deu um show, com um por-do-sol simplesmente maravilhoso. Que eu e João tivemos o prazer de ver do ponto de vista do mar.

Voltei para Curitiba para iniciar a semana, com a imagem dos reflexos dourados que a luz do sol deixou descuidadamente cair sobre as pequenos ondas da baia neste dia calmo.

Que presente para alma !!!!

domingo, 11 de maio de 2008

Argentino a Bordo - 12/04/2008

Continuando estas postagens que são um diário de bordo das velejadas do Argonauta.

Vou relatar a velejada em que o Argonauta recebeu pela primeira vez o meu amigo, colega de trabalho e velejador argentino: Sergio Marcovecchio.

Neste dia estavam abordo além do Sergio (foto ao lado): o companheiro de velejadas João e eu.

Saímos para velejar em um dia sem sol com a previsão do tempo indicando a possibilidade de algumas pancadas de chuva durante a tarde.

A previsão do tempo estava correta: realmente o sol não apareceu para nos acompanhar neste dia. E algumas poucos pancadas de chuva ocorreram no decorrer do período.

Mas para a fortuna da velejada, foi um dia de muito bons ventos. O que permitiu o Argonauta andar muito bem em todas as direções o GPS chegou a indicar a velocidade 5,8 nos no contra-vento.

O pessoal da regata ali próxima chegou a falar em estações de vento de alguns veleiros indicando ventos de 18 nós.

No inicio da tarde chegamos até a colocar na proa a vela de tempestade e colocar a vela mestra no primeiro rizo. Foi um exercício bem interessante para a tripulação.

Neste momento descobrimos que o cabo para baixar o rizo da vela não estava passado e que os cabinhos para prender o rizo na retranca também não estavam organizados e disponíveis. Além disto de maneira geral precisamos ganhar mais prática nestas manobras, tanto na manobra com a vela de proa como na manobra com a mestra que precisa estar sempre organizada e preparada para reduzir o pano.

Ficou também claro para min, na prática, a utilizadade de um enrolador de genoa. Este equipamento permite controla a quantidade de pano da vela de proa apenas enrolando ou desenrolando uma parte dela; não sendo necessário ficar trocando de vela. Por exemplo, se o vento aumenta, basta enrola a genoa que se esta utilizando até ela ficar com o tamanho conveniente. O controle desta manobra é realizado do cockpit evitando que seja necessário ir até a proa para tocar de vela. O que é muito mais seguro e rápido, importante especialmente no caso de estar em uma "pauleira" forte.

O dia também foi muito legal, porque o Sergio tem uma grande experiência na vela, navegou vários anos na Argentina em um 28 pés. Ele deu para mim e para o João várias dicas valiosas sobre como conduzir o barco. Eu particularmente, fiquei muito impressionado com a intimidade com que ele controla o barco e a vela. Como é bonito ver velejar quem realmente sabe... Espero daqui a pouco estar lá.....

terça-feira, 6 de maio de 2008

Mais um passo na arte - 05/04/2008

Em alguma hora, mais cedo ou mais tarde, teria que acontecer... Eu teria que velejar por minha conta e risco, sem poder confiar nas importantes dicas presenciais dos meus "mestres" de vela.

Bem isto ocorreu, fomos apenas eu e o João velejar pela baia da Babitonga. Estamos os dois em um estágio inicial de aprendizagem sobre os segredos do velejar.

No começo do dia estávamos um pouco apreensivos sobre o aparelhamento do barco. Por exemplo, coisas sobre a montagem da vela mestra que precisava ser montada no mastro e na retranca. Porque eu havia retirado a capa da vela para concertar em Curitiba. A capa estava com um buraco em sua parte superior.

Mas na verdade todo o aparelhamento foi tranqüilo. Acho que tínhamos prestado bastante atenção nas aulas do Álvaro na semana anterior.

Saímos contra a corrente de maré em direção a entrada da baia. No inicio da velejada houve um ventinho suave. Mas depois chegamos a derivar a ré pela força da corrente de maré e pela falta de vento. Foi necessário ligar o motor para continuar o passeio. Vale aqui a observação, este motorzinho de centro tem me surpreendido mesmo, foi um investimento que faz diferença. Pega sempre de primeira, esta sempre ali pronto no momento que se precisa dele.

Navegamos motorando até o inicio da baia na esperança de encontrar algum vento por lá. Mas acabamos mesmo tanto meia volta, ainda no motor, para retornar em direção à poita. No caminho de volta desviamos um pouco para entrar no canal do iate clube de Capri, eu ainda não conhecia o lugar.

Retornamos "pegamos" a poita fundeamos e organizamos o Argonauta "sozinhos" sem maiores problemas.

Fiquei bem feliz com primeira velejada só dos marinheiros de poucas viagens. Ainda temos muito para aprender sobre arte de caminhar com o vento e particularmente sobre o "veleirinho". Mas pelo menos em dias tranqüilos temos completas condições de sair e voltar... ;)

Cada passo a seu tempo de amadurecimento.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

O que o Argonauta tem ?

Pela história que conheço deste Ranger22, quando o Álvaro trouxe o veleiro do Rio Grande do Sul ele já chamava-se Argonauta e veio com um item bem interessante:

Calado reduzido para 1,00m

Depois as talentosas, experientes, caprichosas e criativas mãos do Álvaro foram literalmente fabricando algumas novas características especiais para o Argonauta, que pouco a pouco, transformaram o Ranger em um barco bem equipado e mais orientado para cruzeiro.
Em destaque:

Motor de Centro a Diesel
Paiol no Cockpit
Prateleiras na Cabine

Especialmente o motor de centro é uma bela obra de engenharia mecânica. Totalmente projetado e implementado pelo Álvaro. Isto adicionou muito mais segurança e tranqüilidade na navegação com o "barquinho".

Foi construído um paiol a bombordo e um a boreste, eles melhoraram muito a organização das coisas no cockpit permitindo manter tudo no seu lugar, inclusive com o Ranger inclinado em uma orça.

As prateleiras da cabine não são diferentes ajudaram muito na organização das muitas coisinhas que são necessárias em um veleiro.

Além destas características construídas, o Argonauta foi ganhando vários equipamentos:

Ecobatimetro
Piloto Automático
Rádio VHF
Rádio 11m
Bimini
Toldo de Retranca
Buzina de Ar
Som
TV

Todos estes equipamentos contribuem muito para a segurança e o conforto a bordo.

Como dize o Álvaro: "Um veleiro unico".