segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Diário de Bordo - 07/09/2008

Fiquei muito tempo sem velejar.....

Na minha ultima velejada (primeira que havia feito solo) na volta para a poita tive problemas que imaginava ser no sistema de transmisão. Tive que chamar ajuda e voltar rebocado.

Para ver o que tinha acontecido era preciso retirar o barco da água. Ai começou uma luta, como não estou fundeado em uma marina a retirada da água é uma operação complicada.

Primeiro foi necessário estudar um pouco sobre cabos e polias para montar um sistema que permitisse puxar o conjunto barco + carreta de encalhe. Porque na poita não tem um trator de reboque e assim temos que puxa utilizando um outro barco, que usando o sistema de polia vai puxando o argunauta para fora da água. Para esta operação comprei uma corda com alma de nylon, polias para escalada e duas cintas de reboque utilizadas pelo jeepeiros.

Depois do material comprado, desci para o litoral para realizar a retirada da água descobri que a carreta de encalhe estava com o eixo da frente completamente enferrujado. Resultado: Operação abortada.

Foi preciso primeiro resolver o problema da carreta. Ai como já estava mexendo resolvi aproveitar e fazer uma reforma geral na carreta e colocar um sistema de direção. Para isto foi preciso fazer um eixo dianteiro especial, o eixo central foi modificado de posição para ficar mais próximo do eixo traseiro. Também foi revisto todos os parafusos, refeito o revestimento de carpe (onde o casco encosta na carreta) e refeito a pintura da madeira. Acho que foi a decisão acertada a carreta ficou como nova !!!

Na segunda tentativa foi sucesso !!! O veleiro saiu fácil para fora da água.

Analisando vimos que o possível problema da transmissão foi simples, apenas o pininho de proteção da hélice havia se rompido. Este pininho tem a função de ser tipo um "fusível" mecanico, no caso da hélice bater em algum coisa o pino se rompe deixando a helice rodar solta em seu eixo não enviando o impacto para o sistema de transmissão que fica completamente preservado. No caso alguma coisa submersa deve ter batido na helice, o "fúsivel" entrou em ação e assim nem um prejuiço ocorrer nem na helice nem no sistema de transmissão.

O sempre bom e próximo amigo Alvaro, se dispôs a ajudar-me (que amigo, que encontrei na compra deste veleiro). Além de trocar o pininho da hélice, ele ainda trocou o ânodo de sacrifício e trocou o óleo da transmissão. O Argonauta ficou satisfeito com o carinho.

Para me deixar ainda um pouco mais de tempo longe do mar tive algumas semanas de muito trabalho e viagens, inclusive em alguns finais de semana.

Bem depois de tudo isto... ontem em uma velejada solo patriotica (07/setembro). Foi premiado com um dia simplesmente lindo, com vento constante delicioso.

Fui em um vento de traves até as linhas na frente do ferry-boat e voltei em uma orça muito agradável. Em minha segunda velejada solo, estou me sentindo mais seguro sobre o controle do barco, sobre as mareações e outras coisas. Acho que sair sozinho esta sendo um bom momento para testar e solidificar o que estou aprendendo. Claro que sempre com muito respeito pelo mar. Mas em uma baia com o movimento náutico da Babitonga, na prática nunca se esta só.


Como este veleirinho é gostoso; Como é bom estar novamente no mar !!!

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